Conheça como é o habitat da Cattleya walkeriana, como ela se desenvolve e vegeta nesse meio na natureza. Entenda o habitat da Cattleya walkeriana e o cultivo dessa bela espécie brasileira se tornará mais fácil.
O principal ponto para bons resultados no cultivo de orquídeas é adaptar, no local onde ela será cultivada, as condições do meio em que ela vive na natureza.
Sabendo essas condições, portanto, você saberá como ajustar melhor os fatores essenciais: temperatura, umidade, iluminação, irrigação e ventilação.
Com isso, portanto, suas orquídeas se adaptarão mais facilmente.
A Cattleya walkeriana é uma espécie de orquídea brasileira, nativa das regiões de cerrado.
De fácil cultivo, porte pequeno e flores grandes e com variedade de cores, é uma das espécies mais famosas e cobiçadas do gênero em todo o mundo.
Em seu habitat ela cresce sobre pedras ou sobre árvores. Geralmente em matas de galeria, sempre próxima às águas de lagos, rios ou pântanos. E suas florações são um espetáculo da natureza.
Sobre o clima no habitat da Cattleya walkeriana:
O clima e a temperatura do habitat da Cattleya walkeriana são muito bem definidos:
– Muito seco do outono ao início da primavera (abril a setembro).
– Muito úmido da primavera ao final do verão (outubro a março).
Essas regiões têm dias quentes e secos por longos períodos. E as noites são frias e com umidade relativa do ar relativamente alta.
Assim sendo, no cultivo em vasos, elas se adaptam melhor em locais e regiões com boa variação térmica.
Nas regiões de cerrado é comum não chover por cerca de 5 meses. E com céu claro e muita luminosidade.
Além disso, na época da estiagem, as árvores da região do cerrado perdem as folhas. E isso para evitar perda de água pela transpiração.
Em conclusão, nessa época a Cattleya walkeriana e outras orquídeas desse habitat recebem muito mais luminosidade.
No entanto, no período das águas, pode chover por 40 dias seguidos. E com tempo nublado e pouco sol.
Com as chuvas, a vegetação do cerrado verdeja com as novas folhas.
Dessa forma, nessa época, as orquídeas desse habitat recebem mais proteção da insolação e do calor fortes. Além do que, recebem também ventilação com boa umidade relativa do ar.
Na natureza, ela aproveita a água e nutrientes abundantes durante os meses de chuvas para crescer. E ela desenvolve novos pseudobulbos e acumula reservas de energia.
Portanto, ao final do período chuvoso, os seus pseudobulbos (antigos e novos) ficam cheios, bem “gordinhos”.
Floração da Cattleya walkeriana na estiagem.
No outono, por outro lado, as condições mudam completamente.
Quando a temperatura começa a ficar mais fria, se inicia o período de estiagem. E, nessa época, ela passará a sobreviver apenas do que conseguiu acumular. E da umidade do sereno noturno.
É nessa época que ela começa a se preparar para se reproduzir. É a época em que se inicia a sua bela floração.
Para atrair seus polinizadores, além das belas formas e cores, a Cattleya walkerian exala seu delicioso e inconfundível perfume no ar!
E florir nessa época tem suas vantagens:
A falta de umidade dificulta o desenvolvimento de fungos e bactérias. Assim sendo, a floração não sofrerá ataque desses patógenos.
Dessa forma as flores durarão mais tempo, aumentando as chances de atrair polinizadores e de fecundar.
Entretanto, com a estiagem, as condições do habitat serão cada vez mais precárias.
Isso porque, além da falta de água e nutrientes, elas ficarão expostas a muita luz do sol.
Além do que, a floração e as cápsulas de sementes exigirão da planta o gasto de muita energia.
Como resultado, ao final do período de estiagem, ela consumirá quase toda a energia de reserva. Pelo que as folhas e os pseudobulbos ficarão desidratados, bem “magrinhos”.
C walk princeps litófita. Final da estiagem.
O habitat da Cattleya walkeriana e o cultivo: Crescimento vegetativo.
A orquídea Cattleya walkeriana é uma orquídeas de crescimento simpodial. Ou seja, é um tipo de planta onde o caule é subdividido em rizoma e pseudobulbo.
O rizoma é a parte que cresce paralelamente ao substrato. E o pseudobulbo é a parte que cresce perpendicularmente ao substrato.
No rizoma crescem as gemas vegetativas, as quais se tornarão os chamados pseudobulbos. E sobre eles nascerão as folhas. Sendo que o pseudobulbo se constitui em um órgão de reserva de água e nutrientes.
Plantas de crescimento simpodial permitem que se faça divisões das mesmas com menos risco. No entanto, isso deve ser feito na época certa. Ou seja, quando ela sair da dormência e estiver enraizando.
E, dado o tipo de crescimento, as partes mais antigas devem ser plantadas encostadas na borda do vaso e a parte mais nova em direção ao centro.
Crescimento, época de brotação e enraizamento da Cattleya walkeriana.
Em grande parte das orquídeas, na fase de crescimento, elas primeiro enraízam e depois brotam.
Na Cattleya walkeriana, no entanto, o crescimento é diferente. E isso porque primeiro ela brota, depois desenvolve o pseudobulbo e, posteriormente, ela emite as raízes.
Portanto, a melhor época para dividir e replantar essa espécie é após a brotação.
Esse tipo de crescimento ocorre como adaptação às condições do habitat.
Pois ela cresce e vegeta na primavera e verão. Desenvolve novos bulbos e, depois, aproveita para absorver e repor água e nutrientes em fartura.
Assim sendo, podemos dizer que a Cattleya walkeriana “vive do passado”. E isso porque, para poder crescer, ela utiliza as reservas de energia dos pseudobulbos antigos.
O “segredo para cultivar orquídeas” é muito simples: é tentar reproduzir no local de cultivo as condições ou o meio onde as orquídeas se desenvolveram na natureza durante milhões de anos.
Portanto, conhecendo as caraterísticas do habitat da Cattleya walkeriana o cultivo ficará mais fácil. Para isso, procure fornecer essas condições no local onde ela será cultivada. No Wikipedia você encontra mais algumas informações.
E já que falamos sobre o habitat do cerrado, que tal também conhecer a Cattleya Nobilior?
Leia também a nossa postagem sobre o gênero Cattleya, a história, origem do nome e suas características.
Esperamos que você tenha gostado. Um grande abraço do Maloka.
Orquidário Odara Orchids: Cultivando orquídeas e semeando amizades!
Excelente texto. Já pode ir pensando em um livro.
Olá, Sérgio
Fico muito feliz que tenha gostado.
E agradeço ter cedido fotos para ilustração.
Grande abraço do Maloka!
Parabéns! Texto bem elaborado e claro sobre a história e cultivo dessas belas meninas.
Vou compartilhar o conteúdo nos grupos que participo!
Obrigada ❤️
olá, Adriana.
Que bom que gostou. Fico muito feliz pelo comentário.
Grande abraço!