Há muitos tipos ou espécies de orquídeas. E cada uma delas tem sua forma de viver e suas necessidades próprias. E saber quais os hábitos de crescimento das orquídeas é fundamental para o cultivo e cuidar bem delas.
Para cultivar bem sua orquídea, entender qual o melhor substrato, quando adubar e quando regar, é importante que você saiba de onde ela veio, como é seu habitat e como ela se comporta na natureza.
Basicamente, podemos classificar, por habitat, em 5 categorias ou grupos:
Orquídeas com hábito de crescimento epífita:
O grupo das epífitas é composto pela maioria das orquídeas e são as mais conhecidas. Elas se caracterizam por vegetarem em árvores. Elas vivem “penduradas” em árvores e usam suas raízes para se fixar. Esse modo de crescimento leva algumas pessoas a acharem que essas orquídeas são parasitas. Mas, não o são.
Primeiramente, não são parasitas porque nas árvores elas usam os troncos somente para se fixarem. E elas não absorvem nada das árvores em que se apoiam. Em segundo lugar, porque elas se nutrem apenas de poeira e materiais orgânicos que se acumulam em suas raízes. Portanto, as orquídeas não são parasitas.
Como exemplo de orquídeas epífitas temos:
Orquídeas do Gênero Cattleya, são as que certamente tem as espécies mais conhecidas e apreciadas. Como por exemplo: Cattleya labiata, Cattleya schilleriana, Cattleya walkeriana, Cattleya warneri, Cattleya granulosa, Cattleya nobilior, Cattleya intermedia, Cattleya máxima, Cattleya lueddmanniana, Cattleya percivaliana e outras.
Outros Gêneros de hábito epífita muito procurados são Denphal e grande parte das Vandaceas (Vanda), Dendrobium (nobile “Olho de Boneca”, thyrsiflorum, anosmum) e a popular Phalaenopsis (“Orquídea Borboleta).
Também são epífitas a Miltonia (“Orquídea Amor Perfeito”, moreliana, spectabilis , “Violeta das árvores”) e o Gênero Vanilla ou “Orquídea Baunilha”. No entanto, apesar de ser terrestre, a Vanilla precisa se apoiar em outros vegetais para buscar a luz e se desenvolver.
Os Oncidium e seus híbridos (“Chuva de Ouro”, “Bailarina Mulata”, “Orquídea Havaiana”), Brassia Rex (“Orquídea Aranha”) e o Gênero Coelogyne também compõe esse grupo. Assim como o Gênero Hadrolaelia com suas espécies alaorii, pumila, jongheana etc.
Por fim, até as chamadas mini orquídea, como por exemplo a Rodriguezia venusta (“Orquídea Véu de Noiva”), são epífitas.
Orquídeas com hábito de crescimento terrícolas (terrestre):
Orquídeas terrícolas são as que vegetam no solo. Sendo que sua grande maioria é de crescimento monopodial (“cresce para cima”). Elas são popularmente conhecidas de “orquídeas de terra”, “do mato” ou “orquídeas do chão”.
E há muitos tipos de orquídeas da terra, que costumamos chamar de terrestres, como por exemplo temos os seguintes gêneros e espécies:
Arundina graminifolia, conhecida como “Orquídea Bambu”. Assim como as rosas e bromélias, essa orquídea é muito apreciada nos jardins. Ela é muito cultivada no Brasil junto a muros e cercas. Suas flores tem as cores lilás, rosada e também uma forma mais rara, totalmente branca.
O Gênero Sobrália, onde a maioria são terrestres e chegam a medir até 2 metros de altura.
Também terrestre e muito apreciado é o Gênero Phaius. Onde a espécie mais famosa é a Phaius tankervilleae, também conhecida como “orquídea capuz de freira” ou “orquídea do pântano”.
Orquídeas Paphiopedilum, conhecidas como “orquídeas sapatinho” ou “tamanquinho”, também faz parte das terrestres.
Da mesma forma, algumas espécies do Gênero Cymbidium. Essa é uma orquídea que gosta muito de frio e que precisa de uma grande variação de temperatura para florir. Assim sendo, não a cultive em regiões quentes e secas.
Outro gênero é o Spathoglottis (Spathoglottis plicada, Spathoglottis unguiculata), popularmente conhecida como orquídea cheiro de uva, “orquídea grapete” ou orquídea roxa grande.
Ludisia discolor, também conhecida como “Orquídea pipoca” ou “Orquídea Jóia”.
No Brasil as orquídeas terrestres mais famosas são os Cyrtopodium (vários deles) e as espécies do gênero Phragmipedium, entre outras.
Orquídeas rupícolas, humícolas e saprófitas:
Tomamos a liberdade de juntar esses três grupos. Isso porque são orquídeas menos cultivadas e por questão de espaço e tamanho do texto. No entanto, é importante conhecer quais são esses hábitos de crescimento das orquídeas.
– Orquídeas Rupícolas. Também chamadas por vários outros nomes, como litófitas, rupestres e até mesmo saxícolas. Basicamente são orquídeas que vivem sobre rochas. Ou, melhor dizendo, que nascem e se desenvolvem sobre rachaduras nessas rochas e sobre as quais a matéria orgânica se acumula.
Como exemplo, temos boa parte dos gêneros Epidendrum e Bifrenaria (ocasionalmente de maneira epífitas).
Hoffmannseggella é um Gênero de orquídea rupícola brasileira e que tem muitas espécies. Elas ocorrem principalmente em Minas Gerais e no Espirito Santo. As espécies desse Gênero são popularmente conhecidas como “Lélias Mineiras” ou “Lélinhas”.
– Humícolas, são orquídeas que vivem em material orgânico em decomposição e fazem fotossíntese. São orquídeas que citamos mais como curiosidade, já que dificilmente você verá alguma delas em cultivo ou exposição. Exemplo: Gênero Chloraea.
– Saprófita, são orquídeas desprovidas de clorofila e por isso não fazem fotossíntese. Assim sendo, elas vivem e buscam nutrição de restos vegetais ou animais em decomposição. São orquídeas muito raras e, basicamente, somente a Rhizanthella gardneri pode ser considerada saprófita
Além dos hábitos de crescimento, é possível classificar ou agrupar as orquídeas também quanto ao tipo e forma de crescimento, já que elas apresentam maneiras de crescer bem diversas.
Formas de crescimento das espécies.
As orquídeas podem apresentar crescimento contínuo ou sazonal, simpodial ou monopodial, ascendente ou pendente e aéreo ou subterrâneo. Conforme o ambiente predominam certas formas de crescimento.
O crescimento contínuo, como o próprio nome já diz, é aquele em que a planta está em constante crescimento, que é mais comum em áreas tropicais.
Orquídeas de crescimento sazonal são aquelas que crescem em determinada época do ano, quando encontram condições favoráveis, e entram em dormência em períodos adversos – seca ou frio intenso, por exemplo.
As simpodiais são as orquídeas mais comuns, são aquelas que possuem crescimento lateral, como as Cattleyas e Laelias. É um tipo de planta onde o caule é subdividido em rizoma e pseudobulbo.
O rizoma é a parte que cresce paralelamente ao substrato, e o pseudobulbo é a parte que cresce perpendicularmente a este. No rizoma crescem as gemas vegetativas, as quais se tornarão os chamados pseudobulbos. E sobre eles nascerão as folhas. Sendo que o pseudobulbo se constitui em um órgão de reserva de água e nutrientes.
Orquídeas monopodiais são aquelas que “crescem para cima”, com por exemplo as Vandas e Phalaenopsis. Elas tem crescimento apical ilimitado, crescendo continuadamente. Possuem caule único e aéreo, ereto ou pendente, crescem verticalmente a partir de uma haste central, produzem folhas alternadas e inflorescência entre as mesmas.
Este tipo de orquídea não apresenta pseudobulbos como as simpodiais, portanto elas não tem estruturas de reservas, e por este motivo necessitam de ambiente mais úmido, pois a sua única forma de armazenamento de nutrientes se dá pelas folhas e raízes que estão sempre brotando.
Os hábitos e formas de crescimento determinam a forma de plantar orquídeas.
Os hábitos de crescimento e as formas de crescimento das orquídeas determinam o modo de plantar e replantar cada espécie. Portanto, se a orquídea for epífita, não poderá ser plantada em terra. E o contrário também é verdadeiro.
Em resumo, como diz o povo: “cada um no seu cada um e cada um com seu cada qual”. Do contrário, a morte da “lindinha” é certa.
Para o sucesso no cultivo não precisa “ter o dedo verde”. Na verdade, é preciso saber do que as orquídeas gostam e precisam para florir. Simples (nem tanto) assim!
Orquidário Odara Orchids: Cultive Orquídeas e Semeie Amizades!
Grande abraço!
4 thoughts on “Quais os hábitos de crescimento das orquídeas?”